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A investigação da fertilidade feminina

Atualizado: 23 de set. de 2021

Na primeira consulta o casal será avaliado individualmente, ou seja, tanto o homem quanto a mulher serão investigados. Após minuciosa anamnese o especialista indicará os exames a serem realizados, a fim de detectar as possíveis causas do quadro de infertilidade.


Exame laboratorial básico deverá ser solicitado para verificar os níveis de hormônios importantes relacionados ao ciclo menstrual e à ovulação, como FSH, LH, estradiol, prolactina, função tireoidiana, testosterona, entre outros. O ciclo menstrual regular depende do equilíbrio entre todos esses hormônios e o excesso ou falta de um hormônio pode causar infertilidade. Em situações como o hipotireoidismo (TSH elevado e T4 livre baixo) esse desequilibrio hormonal pode levar a distúrbios de ovulação, e esse é um fator de infertilidade.

Alguns exames, como o FSH, LH e estradiol, devem ser dosados entre o terceiro e quinto dias do ciclo menstrual, e permitem avaliar a reserva de óvulos que existe dentro dos ovários.


Ultrassonografia transvaginal permite a avaliação da anatomia pélvica, principalmente útero e ovários.

A ultrassonografia transvaginal é muito importante na nossa prática clínica e faz parte do exame de rotina na primeira consulta, ela nos permite avaliar a condição dos ovários, como tamanho, volume e a presença de folículos antrais (contagem de folículos antrais) cistos e nódulos;

observa sinais de ovulação, como corpo lúteo, além de suspeitar de lesões como endometriose e endometrioma ovariano.

O ultrassom para a contagem de folículos antrais deverá ser feito no começo do ciclo, entre o 2o e 4o dia; se o objetivo for avaliar a ovulação, deverá ser feito na fase lútea, entre o 18o e 24o dia do ciclo.


Histerossalpingografia:

Exame padrão ouro para avaliar a permeabilidade das trompas, bastante utilizado na nossa prática médica para avaliar a cavidade e as tubas uterinas. Aplica se um contraste através do colo do útero, seguido de radiografia da região, conseguimos identificar alterações na anatomia da cavidade endometrial e das tubas ou desvios nesses órgãos, a partir do caminho percorrido pelo líquido. Atualmente utilizamos um contraste que causa menos desconforto e menos reações alérgicas. A histerossalpingografia ainda é um exame que causa medo nas pacientes, pois tem fama de que causa muita dor. Porém, se feito em um bom laboratório, que utiliza um cateter delicado, contraste aquecido e analgésicos pré-exame, a paciente muitas vezes não sente dor alguma.



O Hormônio Antimulleriano produzido nos ovários, pelas células da granulosa dos folículos antrais e pré-antrais. Tem função principal de estimar a reserva ovariana, ou seja, a quantidade de óvulos remanescente.

Quanto maior o hormônio anti-mülleriano, maior a reserva de óvulos. Consideramos como baixa reserva ovariana níveis de HAM < 1 ng/mL. Pode ser colhido em qualquer fase do ciclo menstrual, mas a mulher não pode ter usado contraceptivos hormonais (pílulas, anel vaginal e injetáveis) nos últimos 3 meses.


A Ressonância Nuclear Magnética pélvica está indicada, principalmente em no nosso arsenal, para o diagnóstico de endometriose, problema prevalente em cerca de 10% das mulheres em idade fértil, e cerca de 40% das inférteis. Além de também poder diagnosticar adenomiose, tumores, cistos, miomas e malformações uterinas. Normalmente é inserido gel intravaginal e retal, para aumentar a sensibilidade do exame.


A Vídeo-histeroscopia é considerado o exame padrão-ouro (gold standard) para detectar alterações uterinas, como pólipos endocervicais e endometriais, endometrites, miomas submucosos, adenomiose, malformações uterinas e outras, como sinéquias. É feito em laboratórios especializados, através de uma pequena ótica de 2,7 mm que entra pelo colo do útero e visualiza a cavidade endometrial. Não é um exame obrigatório para todas as mulheres inférteis, sendo mais indicada em casos de suspeita de pólipos, abortamento de repetição, sangramento uterino anormal, miomas submucosos, malformações uterinas e falhas de tratamentos de reprodução assistida. Não há consenso quanto a sua obrigatoriedade, em nosso serviço faz parte do arsenal diagnóstico para infertilidade


O cariótipo com banda G é capaz de identificar problemas genéticos nos cromossomos do casal, como mosaicismos, translocações e aneuploidias. Em casos de alterações, o casal pode ter risco aumentado de doenças genéticas para os filhos, o que indica realizar uma análise genética no embrião, antes da implantação. Isso pode ser feito nos tratamentos de fertilização in vitro. O cariótipo normalmente é feito através de coleta de sangue e cultivo de linfócitos, o que pode demorar algumas semanas para termos os resultados.


A videolaparoscopia que também pode ser considerado uma cirurgia minimamente invasiva, utiliza uma câmera para constatar distúrbios, como endometriose, cistos e miomas. O procedimento é realizado por meio de uma pequena incisão de 1 cm feita no umbigo, para que a câmera possa filmar os órgãos reprodutivos em tempo real. Atualmente utilizamos aparelhos em full HD, que permitem uma visualização até mais detalhada do que a olho nu, pois podemos aproximar a ótica das estruturas mais profundas da pelve feminina. Vale ressaltar que a videolaparoscopia é, na grande maioria das vezes, indicada como tratamento para doenças já suspeitas, como endometriose. Porém, somente após a cirurgia é que algumas hipóteses são confirmadas (ou descartadas), tendo seu valor terapêutico e também diagnóstico.: procedimento realizado em ambiente cirúrgico que permite a avaliação completa da anatomia pélvica, permeabilidade das trompas e pesquisa de endometriose.




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