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Dra Maria Jose Bahia

Câncer de mama e preservação da fertilidade

Atualizado: 22 de set. de 2021

Apesar do câncer de mama ser mais predominante nas mulheres depois da menopausa, dados apontam que até 15% dos novos casos surgem em mulheres ainda em idade reprodutiva.


Aquelas que passam pelo câncer de mama em idade reprodutiva e desejam ter filhos encaram um grande dilema. Isso porque determinados tipos de tratamento, como a quimioterapia, reduzem as chances de engravidar, uma vez que os medicamentos comprometem a função dos ovários.


Antes de determinar se a fertilidade da mulher será afetada, é preciso levar em consideração diversos fatores. Os principais são o tipo do tumor, o estágio em que ele foi diagnosticado e as funções hormonais da paciente.



TODO TIPO DE TRATA MENTO PARA O CANCÊR DE MAMA AFETA A FERTIIDADE?


Não, nem todo tipo de terapia compromete a fertilidade.

Se a paciente passar apenas pela cirurgia e pela radioterapia, a capacidade de gestação permanece normal. Quando há necessidade de passar pela quimioterapia, existe uma maior probabilidade de afetar as funções dos ovários.


Vale lembrar que quanto antes o câncer de mama for descoberto, maiores as chances de cura. Por isso, o autoexame das mamas deve ser feito todo mês, por todas as mulheres, independente da idade. Além disso, as mamografias devem ser agendadas anualmente a partir dos 40 anos, para identificar o câncer de mama ainda em seus estágios iniciais.


O QUE ACONTECE COM FERTILIDADE QUANDO HÁ NECESSIDADE DE QUIMIOTERAPIA?

Quanto mais avançado o estágio do tumor, maiores as chances da mulher passar pela quimioterapia. Consequentemente, os efeitos colaterais também são mais perceptíveis.

Como a quimioterapia destrói tanto as células cancerígenas quanto as saudáveis, é possível que os óvulos sejam afetados. Com isso, o tratamento afeta o sistema reprodutivo, reduzindo o número de óvulos e minimizando as possibilidades de uma gravidez natural.


Mas isso não significa, em sua totalidade, que a paciente não possa ter filhos. Na verdade, quando ela ainda é jovem e deseja ter filhos, é possível fazer o congelamento dos óvulos ou dos embriões antes de iniciar a terapia.

No entanto, após encerrar o tratamento, a mulher deve esperar de três a cinco anos para engravidar. Essa recomendação se deve pela probabilidade de recidiva do câncer de mama nesse período, uma vez que a gestação seria um obstáculo para o tratamento.


AS MULHERES COM CANCER DE MAMA CONSEGUEM PRESERVAR SUA FERTILIDADE?

Atualmente existem métodos que permitem que a mulher realize o sonho de ser mãe. Um desses métodos é o congelamento de óvulos, que permite uma futura gestação, mesmo em pacientes que tiveram suas funções ovarianas prejudicadas com a quimioterapia.

Para que isso aconteça, o congelamento de óvulos precisa ser feito antes do tratamento contra o câncer de mama.


A PRESERVAÇÃO DA FERTILIDADE.


O tratamento quimioterápico pode danificar a função reprodutiva afetando diretamente as células germinativas que dão origem aos óvulos.

A ação deletéria está relacionada a dose e ao número de ciclos realizados durante o tratamento.


Em suma, as possibilidades de gestação natural variam de caso a caso, mas são possíveis desde que haja um tratamento adequado para o câncer de mama, com consentimento entre paciente e médico.

O especialista que te acompanha deve estudar o seu caso para traçar o melhor plano para superar a doença sem problemas de fertilidade.

Por isso, se você tem ou teve câncer de mama e sonha em ter filhos, converse com seu médico sobre como o tratamento pode afetar suas chances de engravidar. Essa discussão também deve envolver o possível risco da recidiva da doença.


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