A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) afeta de 6 a 10% das mulheres em idade reprodutiva.
Esse é o distúrbio hormonal mais comum em mulheres que estão na fase de engravidar.
E uma patologia hormonal complexa podendo causar distúrbios reprodutivos, sendo a causa mais comum de infertilidade por anovulação.
Resistência à insulina e aumento da insulina no sangue estão presentes em praticamente todas as pacientes com SOP e são as principais causas do desenvolvimento tanto do hiperandrogenismo como da síndrome metabólica (SM). SM ocorre em aproximadamente 43% das pacientes com SOP, elevando em até sete vezes o risco de doença cardiovascular nestas pacientes.
Pelo menos 50% das mulheres com SOP são obesas e a maioria, senão todas, apresenta resistência à insulina e hiperinsulinemia,com aumento do risco para doença cardiovascular.
Distúrbios psicológicos podem ocorrer e estão associados a própria imagem, principalmente quando ocorre presença de pelos em lugares não comuns em mulheres ( hirsutismo ) e o ganho de peso.
COMO FAZER O DIAGNÓSTICO DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS?
Para o diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos é preciso pelo menos duas das três características descritas abaixo:
Menstruação irregular ou a falta de menstruação,
que podem se comportar da seguinte maneira:
A menstruação irregular é caracterizada por ciclos menstruais que não seguem o mesmo padrão todos os meses e pode ser diferente de acordo com o período da vida da mulher. É importante destacar que menstruação irregular é considerada normal no primeiro ano após a primeira menstruação, como parte da transição da infância para a adolescência; As definições de menstruação irregular como critério diagnóstico para a síndrome dos ovários policísticos são:
Entre o primeiro e terceiro ano após a primeira menstruação, se os intervalos forem menores que 21 dias ou maiores que 45 dias;
Toda vez que ocorrer um atraso menstrual maior que 90 dias
Após três anos da primeira menstruação, se os intervalos forem menores que 21 dias ou maiores que 35 dias, acontecendo mais de oito vezes por ano.
2. Sinais de excesso de hormônio masculino
Os principais sintomas da síndrome dos ovários policísticos relacionados ao excesso de hormônio masculino são:
Acne no rosto, peito e parte superior das costas,
Excesso de pelos em uma ou mais áreas do corpo, como no rosto, membros, abdome, entre as mamas ou na aréola;
Aumento da oleosidade na pele
Quando se faz os exames de sangue para a dosagem dos hormônios, o exame mais importante é a testosterona total e a testosterona livre. Para a dosagem destes hormônios, o ideal é colher entre o primeiro e quinto dia do ciclo menstrual, na ausência de uso de pílulas ou outro hormônio. É comum realizar a dosagem de outros hormônios masculinos, como o sulfato de dehidroepiandrosterona (SDHEA) e a 17-Hidroxiprogesterona, para afastar a possibilidade de produção excessiva desses outros hormônios masculinos pela glândula suprarrenal. 3. Ovários com aspecto policístico na ultrassonografia
Ovário com aspecto policístico no ultrassom transvaginal e mais de 20 folículos (“cistos”). É importante destacar que durante os 8 primeiros anos a partir da primeira menstruação, os ovários são de aspecto policístico em praticamente todas as mulheres, não sendo um critério diagnóstico.
Outro critério é quando os ovários apresentam dimensões aumentadas, acima de 10 cm³, na ausência de cistos ou folículos periovulatórios.
Se a mulher apresentar somente os ovários de aspecto policísticos na ultrassonografia e não apresentar nenhum outro sintoma, significa que ela não tem a síndrome dos ovários policísticos. Nesta situação a mulher não tem problema algum e o que é melhor, significa que a quantidade de óvulos que ela tem armazenada em seus ovários é excelente. Como os “cistos” descritos no ultrassom, na verdade são óvulos em estágios iniciais do seu desenvolvimento, quanto maior o número desses “cistos”, maior é a reserva ovariana. O problema acontece quando além de múltiplos cistos nos ovários a mulher apresenta os problemas endócrinos associados e, nesta situação, é que devemos dar o diagnóstico de síndrome dos ovários policísticos. 4. A obesidade e a tendência ao diabetes
É algo muito comum nas mulheres com a síndrome dos ovários policísticos, mas não é considerado um critério diagnóstico.
COMO TRATAR A SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS?
Mudanças no estilo de vida
Dieta,
Exercícios,
Sono reparador
Equilibrio emocional
2. Tratamento medicamentoso
Citrato de clomifeno,
Letrozol
Metformina
Gonadotropinas
3. Tratamento cirúrgico
Cirurgia ovariana laparoscópica (Drilling ovariana)
4. Fertilização in vitro
A mudança no estilo de vida, principalmente a perda de peso, para aquelas pacientes que estão sobrepeso e obesas, foi considerada a primeira linha de tratamento.
O Letrozol foi considerado o medicamento de primeira linha, estando a frente do Citrato de Clomifeno.
Pacientes com a síndrome dos ovários policísticos apresentam irregularidade menstrual, portanto não ovulam todos os meses, dificultando a gestação.
O tratamento de escolha nestas situações é a indução da ovulação, monitorada com ultrassom, para a realização de um coito programado ou inseminação intrauterina, que são procedimentos de baixa complexidade, relativamente baratos e fáceis de serem realizados.
Quando há outras causas de infertilidade associadas, incluindo alterações do espermogramas, recomenda-se procedimentos como a fertilização in vitro.
A fertilização in vitro mostrou melhor resultado no tratamento da SOP quando comparada ao fator tubário.
E os melhores resultados estavam presentes naquelas pacientes abaixo de 35 anos.
Se você tem um quadro semelhante a esse ou conhece alguém que tenha, procure ajuda, fale com seu ginecologista, para que possa realizar o tratamento enquanto a chance de engravidar ainda é grande, não deixe a o tempo passar.
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